Se você é uma pessoa intrigada com os eventos atuais da sociedade e se sente chamada a participar das decisões que envolvem a população, vale a pena considerar a área de Ciência Política como uma das principais escolhas para sua carreira.
Mas, mesmo que você não queira trabalhar com instituições e membros da política, uma faculdade de Ciência Política também pode ser a base sólida para ingressar em muitas outras carreiras que envolvem capacidade de análise, liderança e tomada de decisões.
Gostou dessa ideia? Neste post, vamos compartilhar as principais informações sobre a área de Ciências Políticas. Você vai aprender tudo sobre como ela funciona, o mercado de trabalho no Brasil, áreas de atuação e muito mais. Vamos lá?
Como funciona a área de Ciência Política?
A Enciclopédia de Filosofia da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, releva que a Ciência Política é uma ciência social que remonta a cerca de 2.500 anos, com as obras de Platão e Aristóteles.
Os filósofos da antiguidade definiram o campo como o estudo do Estado, que possui interesses voltados para o bem maior de seus cidadãos.
Porém, a Ciência Política é um campo que evolui com o tempo. Enquanto a definição mais tradicional inclui apenas o Estado e suas instituições, os cientistas políticos modernos possuem uma visão muito mais ampla.
Além dos governos, os institutos de pesquisa e empresas privadas demandam análises constantes a respeito de questões políticas e sociais. Hoje, o campo é composto por profissionais capazes de entender o impacto de raça, gênero, comunicação, opinião pública, entre outros fatores nas relações de poder na sociedade.
Por ter uma formação abrangente, o cientista político encontra oportunidades variadas no mercado de trabalho — assim como são variadas as responsabilidades em cada oportunidade.
Mas, seja lá qual cargo ocupar, o cientista político está preocupado em ser um verdadeiro analista. É um profissional que propõe raciocínios sobre a conjuntura, fundamenta opiniões em fatos e quer melhorar a compressão das pessoas sobre questões decisivas da sociedade.
Como é o mercado de Ciência Política no Brasil?
O mercado de trabalho para o profissional de Ciência Política oferece oportunidades tanto no setor público quanto no setor privado.
A atuação em órgãos públicos por meio da aprovação em concursos é uma das principais possibilidades para os profissionais da área, devido às vagas específicas para candidatos com a formação em Ciência Política.
O cientista político também pode ingressar na Área Pública, trabalhando ao lado de políticos, como no cargo de assessor parlamentar. Nesse caso, não é exigido o diploma de Ciência Política, embora os conhecimentos adquiridos na graduação sejam de grande valia nas tarefas diárias.
No setor privado, as oportunidades para as pessoas com formação em Ciência Política podem ser encontradas em bancos, institutos de pesquisa, empresas de consultoria, empresas com negócios internacionais, partidos políticos e ONGs.
Além das oportunidades no setor público e privado, o cientista político pode prestar serviços como profissional autônomo, oferecendo consultoria sobre assuntos políticos para pessoas físicas e jurídicas.
Quais são as principais atuações do cientista político?
Há muitas opções de carreira disponíveis para uma pessoa com formação em Ciências Políticas. É provavelmente uma das áreas de trabalho mais versáteis em termos de oportunidades de emprego.
Abaixo, separamos as principais atuações na área. Confira!
Assessor político
O assessor é a pessoa que fica nos “bastidores” do gabinete político e lida com questões que fundamentam o trabalho de um vereador, deputado federal/estadual, prefeito, governador ou até o presidente.
Entre as principais responsabilidades do assessor está a organização da agenda do político assessorado, organização de eventos, auxílio ao político na comunicação com seus eleitores e planejamento de estratégias para aprovar projetos, participar de votações, entre outras decisões.
Integrante de campanha política
Os funcionários da campanha política são responsáveis por desenvolver e executar várias táticas para eleger um candidato. Isso pode incluir, por exemplo, formulação de um plano de mídia social, desenvolvimento de estratégias de relações públicas, elaboração de discursos, recrutamento e treinamento de voluntários etc.
Analista de inteligência
O analista de inteligência é um membro do governo responsável por identificar e monitorar ameaças potenciais para prevenir e proteger o território e o poder político contra ataques internos ou externos. É um profissional que trabalha com uma variedade de organizações ligadas ao governo para agregar e estudar informações de várias fontes.
Analista de política
O analista de política pesquisa tendências sociais e econômicas da política nacional ou internacional. As suas principais funções incluem atualizar a sociedade civil sobre a conjuntura política atual e aconselhar candidatos, empresas e movimentos políticos sobre questões específicas da política.
Diretor de assuntos governamentais
O diretor de assuntos governamentais geralmente é um membro da equipe de relações públicas de uma empresa, grupo organizacional, organização sem fins lucrativos, entre outras instituições. É o responsável por manter e gerenciar um relacionamento com membros de órgãos governamentais apropriados.
Analista de pesquisa de mercado
Embora o cargo não seja diretamente relacionados a instituições ou integrantes políticos, o analista de pesquisa de mercado possui responsabilidades que podem ser desempenhadas por alguém com uma formação em Ciências Políticas.
É o profissional que estuda tendências de venda e compra de um segmento, considerando questões econômicas, sociais e políticas do mundo, país ou regiões mais específicas. Suas análises podem ajudar uma empresa a desenvolver novos produtos, ajustar abordagens de marketing e desenvolver mensagens em redes sociais para o público.
Especialista em relações públicas
Assim como o analista de pesquisa de mercado, o especialista em relações públicas é outro cargo mais ligado ao meio corporativo. É o profissional responsável por manter a reputação de uma empresa, departamento ou organização perante seu público interno ou externo.
Para fazer isso, o especialista em relações públicas deve se comunicar com as principais fontes de notícias, escrever postagens em canais oficiais, gerenciar mídias sociais, entre outras tarefas.
Carreira acadêmica
O cientista político também pode optar por continuar os estudos em uma pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) para se tornar um professor e pesquisador. Contudo, o primeiro passo para seguir carreira acadêmica é concluir uma graduação, como o curso superior de Ciências Políticas.
Entre as principais responsabilidades de um professor/pesquisador está a tarefa de produzir conhecimento científico por meio da publicação de artigos, teses, ensaios, entre outros gêneros acadêmicos, além de participar de congressos e dar aulas para contribuir com a formação de novos profissionais.
Quanto ganha o cientista político?
A média salarial do cientista politico no mercado brasileiro é de R$ 6.894,23*, com possibilidades de a remuneração alcançar o teto de R$ 20.927,22*, de acordo com pesquisa do site Salário, que considerou no seu levantamento o salário de profissionais em regime CLT de todo o Brasil na área de atuação.
A pesquisa também mostra a variação do salário do cientista político, de acordo com a progressão da carreira e porte da empresa. Confira a seguir.
- Microempresas
- R$ 5.495,83 (júnior)
- R$ 5.980,42 (pleno)
- R$ 6.821,00 (sênior)
- Pequenas empresas
- R$ 7.356,24 (júnior)
- R$ 7.840,83 (pleno)
- R$ 8.681,41 (sênior)
- Médias empresas
- R$ 8.910,65 (júnior)
- R$ 9.395,24 (pleno)
- R$ 10.235,83 (sênior);
- Grandes empresas
- R$ 17.692,65 (júnior)
- R$ 18.177,24 (pleno)
- R$ 19.017,83 (sênior)
Os salários de um cientista politico júnior, pleno e sênior consideram apenas o progresso de um profissional na empresa.
O cientista político que ocupa um cargo júnior, por exemplo, possui menos experiências e qualificações profissionais se comparado a um profissional pleno. O mesmo acontece na comparação entre pleno e sênior.
A tendência é que, quanto mais experiências e qualificações estejam presentes no currículo, maior seja a complexidade das responsabilidades, assim como mais atrativos são os salários e as condições de trabalho para o profissional.
Quais são as tendências para Ciências Políticas?
Sendo uma ciência que evolui com o tempo, a Ciência Política precisa se moldar aos desafios que a população e o sistema político como um todo enfrentam. Esses desafios envolvem vários assuntos, e para cada um deles cabe ao cientista político identificar quais são as demandas e se adequar às tendências.
A seguir, separamos alguns dos focos que envolvem as tendências em Ciências Políticas hoje em dia. Confira!
Organização partidária
Os partidos funcionam como um elo para a política de representação do sistema político atual, mas essas organizações não deixam de ser afetadas pelas mudanças contextuais que a cultura e a tecnologia, por exemplo, estão passando.
Cabe aos profissionais da área identificar como as mudanças contribuem com as organizações partidárias e perceber seus efeitos menores e maiores no sistema político da cidade, do estado, do país etc.
Políticas públicas
As políticas públicas são o principal mecanismo de atuação do poder público na sociedade. Elas podem ser de vários tipos, assumir diferentes estruturas e atingir os objetivos mais diversos. No processo para a criação das politicas, problemas são identificados e uma nova agenda governamental é definida para chegar à solução.
Normalmente, membros de movimentos políticos, burocratas, grupos de interesse em diferentes níveis do governo e a sociedade civil como um todo tendem a participar do processo de construção de uma política pública.
É, como podemos imaginar ou ver na prática, um processo complexo, que normalmente é afetado por fatores diversos. Nesse contexto, cabe aos cientistas políticos acompanhar políticas públicas decisivas e entender como novos fatores sociais, políticos, culturais e tecnológicos podem motivar suas criações ou modificações ao longo do processo.
Conforme as mudanças, é preciso, por exemplo, explicar por que os formuladores de políticas enfatizam determinados assuntos em vez de outros, entender a participação de atores políticos e grupos de interesses na adoção de políticas públicas, buscar falhas na implementação de políticas ou mostrar como elas podem ser bastante vagas.
Comunicação e politica
Os meios de comunicação sempre estiveram entre as principais preocupações de estudiosos e profissionais da área de Ciências Políticas.
Nesse assunto, o cientista político está preocupado, por exemplo, com os efeitos da comunicação de massa na ascensão de lideranças políticas (eleitoralmente ou não) e em processos de formação (ou manipulação) da opinião pública.
Com o surgimento das redes sociais e outras plataformas digitais, a relação entre comunicação e política está sempre se inovando. À medida que novas plataformas surgem, existem novos meios de comunicação usados para finalidades políticas.
Cotas eleitorais para mulheres
Para alterar o persistente quadro de baixa representação parlamentar feminina no Brasil, foi aprovado no Senado Federal, em 2021, o projeto que determina a porcentagem mínima de 30% das cadeiras para mulheres na Câmara dos Deputados, em Assembleias Legislativas dos estados, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras de vereadores.
Existem questões de ordem institucional, social e cultural que impactam a política com a adoção das cotas e que podem ser exploradas por cientistas políticos de vários segmentos.
Além disso, cabe aos profissionais da área usar metodologias de pesquisa para determinar o maior ou menor sucesso das cotas eleitorais nos próximos anos, considerando essa política um meio de ampliar o acesso de grupos minoritários às esferas decisórias de poder.
Metodologias de pesquisa
A compreensão das ferramentas usadas para investigar os fenômenos sociais e políticos é importante para pesquisadores de Ciências Políticas e profissionais da área que atuam no mercado.
Para os cientistas políticos, pode ser crucial entender quais são as metodologias de pesquisa quantitativa e qualitativa mais usadas, quais são os limites de cada uma e quais são as novas técnicas.
Como ingressar no mercado de Ciência Política?
Agora que você já sabe como funciona a Ciência Política e o mercado de trabalho para essa área, queremos compartilhar algumas dicas e passos para trabalhar como cientista político. Confira e aproveite as dicas!
Conheça o perfil para trabalhar com Ciência Política
Quem se interessa em fazer o curso de Ciências Políticas pode verificar se possui algumas das características que fazem parte da profissão de cientista político. Fazer um teste vocacional pode ajudar.
Mas, mesmo que você não tenha desenvolvido uma ou outra competência, não precisa se preocupar, porque com certeza você poderá adquiri-la durante sua formação profissional.
De modo bastante geral, o estudante de Ciências Políticas normalmente tem um interesse maior por matérias das Ciências Humanas, como História, Filosofia e Sociologia, afinidades essas que podem ter sido despertadas desde o Ensino Médio.
O gosto por essas matérias pode ser algo bastante útil. Sem saber História, por exemplo, o profissional de Ciência Política deixa de compreender como reivindicações e decisões políticas estão ligadas à história do país ou de um estado, cidade ou região mais específica.
Contudo, o perfil de quem trabalha com Ciências Políticas vai muito além do interesse específico em áreas do conhecimento. A seguir, separamos algumas características comportamentais que favorecem o trabalho nesse campo.
Capacidade de negociação
Essa habilidade não se refere necessariamente à capacidade de convencer o outro, e sim de entender argumentos do adversário, suas motivações e objetivos, a fim de chegar a uma solução razoável para ambas as partes. É o que um cientista político deve fazer em sua rotina de trabalho, principalmente quando participa diretamente de movimentos e instituições políticas.
Perfil analítico
Uma das tarefas mais comuns do cientista político é entender como mudanças no cenário político, econômico e social se inserem em um contexto mais amplo. Esse tipo de análise da conjuntura exige estudos detalhados, método, estratégia, foco e organização (características de uma pessoa com perfil analítico).
Facilidade com leitura e interpretação de texto
Pode parecer um detalhe, mas a disposição para a leitura e a facilidade com interpretação são competências valiosas para o cientista político, uma vez que sua rotina pode ser repleta de tarefas que envolvem análises de relatórios com números e estatísticas, pesquisas e artigos.
Habilidades de comunicação
Não é que o cientista político deva ser o rei da oratória e da gramática, mas os desafios da profissão demandam, sem dúvidas, a capacidade de articular ideias e colocá-las em palavras, seja na modalidade oral ou escrita.
Saiba a importância de fazer uma faculdade de Ciência Política
Muitas pessoas têm dúvidas sobre o que se aprende na faculdade de Ciência Política e como o curso pode, de fato, contribuir com os desafios da profissão na área.
Mesmo que o diploma superior não seja obrigatório para atuar nos cargos de cientista político, a faculdade continua sendo um diferencial para a formação do profissional.
Basicamente, o bacharel em Ciência Política aprende ao longo do curso como são feitas as leis e estruturas de governo em todo o mundo, como a política pública é formulada e qual é o impacto das decisões políticas na vida social e econômica dos cidadãos.
Para isso, os graduandos entram em contato com análises e conceitos de diferentes áreas do conhecimento. A Ciência Política tem como base, principalmente, as áreas de Sociologia, Economia, Filosofia, Antropologia e Psicologia Social.
Você vai estudar na graduação tudo que fundamenta as estruturas de poder e que desempenha um papel nas instituições sociais, no sistema jurídico, além de como funciona a política em ONGs, igrejas, partidos, entre outros segmentos da sociedade.
O melhor de tudo é que, na faculdade, você poderá contar com professores especialistas para tirar dúvidas e colegas de turma para compartilhar experiências, criar uma rede de contatos e tornar sua jornada de aprendizado ainda mais interessante.
Busque uma faculdade de qualidade
Ok, agora que você sabe a importância de fazer uma faculdade para trabalhar na área de Ciências Políticas, como escolher a melhor instituição de ensino? É uma dúvida justa, até porque o curso de Ciência Política é oferecido por inúmeras faculdades brasileiras.
Um bom começo é conhecer a grade curricular do curso para saber se os conhecimentos adquiridos na faculdade estão alinhados aos desafios do mercado de trabalho.
Esse é um passo importante, mas o ideal não é parar por aí. Se você quiser buscar uma instituição de qualidade, também vale a pena ir a fundo em outros critérios.
Por exemplo, verifique se a faculdade oferece o curso na modalidade EAD ou semipresencial caso a flexibilidade com os horários seja algo importante para você.
Não é novidade que a tecnologia trouxe vários ganhos para a educação, e um deles é a possibilidade de fazer um curso superior ofertado a distância. São várias as vantagens do EAD, como a economia de tempo e dinheiro com transportes.
O aluno EAD ainda pode acessar os conteúdos da faculdade de qualquer dispositivo com acesso à internet, seja um computador, seja um celular ou tablet.
Outro ponto que pode ser decisivo na sua escolha da faculdade é o preço da mensalidade. Saiba que hoje já é possível fazer o curso de Ciências Políticas com mensalidades a partir de R$ 149,99* na Ampli.
Aproveite para estagiar no mercado de trabalho
O estágio é uma oportunidade de experimentar um pouco os desafios da profissão ainda durante a faculdade. É o momento de ampliar sua rede de contatos, desenvolver habilidades relevantes para sua atuação e entender melhor o que deseja fazer no futuro.
Porém, é importante prestar atenção, porque não são todas as faculdades de Ciências Políticas que estabelecem o estágio como um componente obrigatório na grade curricular. Muitas vezes, isso acontece para diminuir o tempo necessário para terminar a graduação.
Mesmo nesse caso, o estudante pode buscar uma vaga de estágio não obrigatório em instituições públicas e privadas. A vantagem é que, por ser uma área abrangente, normalmente não é difícil encontrar oportunidades de estágio em Ciências Políticas.
O graduando pode encontrar vagas abertas de estágio em institutos de pesquisa, empresas de consultoria, partidos políticos e ONGs, por exemplo. Mas o grande desafio é ter uma ideia concreta de quais oportunidades de estágios são mais adequadas para você.
Antes de se candidatar a qualquer vaga aberta, identifique suas habilidades e interesses para definir o estágio ideal, ou seja, o estágio que pode agregar conhecimentos valiosos para sua futura atuação no mercado de trabalho. Dessa forma, você vai conseguir aproveitar ao máximo o período de experiência como estagiário.
Dê o primeiro passo e se inscreva no vestibular!
As Ciências Políticas são um campo com uma variedade de oportunidades. Seus profissionais podem atuar e se especializar nos setores que mais lhes interessam. E, embora o diploma superior não seja algo obrigatório, é o curso que ajudará você a lidar com as responsabilidades diárias que aparecerão no mercado de trabalho.
Então, garanta já sua vaga em Ciência Política! Conheça a proposta da Ampli e inscreva-se em nosso vestibular. Você não vai precisar pagar nenhuma taxa no vestibular nem na matrícula!
*Valores sujeitos a alteração.