Quando pagamos impostos, financiamos o Estado. Aqui entram todos aqueles que você conhece: o Imposto de Renda, o IPTU, o ICMS, o IPVA, entre muitos outros. Esse dinheiro que sai do nosso bolso é o que possibilita o funcionamento das mais variadas estruturas estatais. Assim, temos as escolas públicas, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), as Polícias Civil e Militar, os programas habitacionais, e por aí vai.
Para gerenciar essa quantidade enorme de recursos dos cidadãos, é necessário ter profissionais habilitados para tal. Eles precisam saber de onde vem o dinheiro, como deve ser destinado e como fiscalizar o caminho até o ponto final. Desta forma, um dos jeitos de se fazer isso é ter profissionais formados em Gestão Pública.
Os conhecimentos adquiridos no curso podem ser utilizados para gerenciar o setor de Recursos Humanos da repartição pública, o controle das Finanças, a Administração Operacional do local e até o destino do dinheiro para as políticas públicas que existem ou que serão criadas. Vamos conhecer abaixo como funciona o mercado de trabalho em gestão pública.
Formação em Gestão Pública
O curso é oferecido como uma graduação tecnológica e tem duração média de 1 ano e 6 meses. Traz conhecimentos das áreas de Administração, Ciência Política, Economia e Direito. Afinal, o profissional formado lidará com todos esses campos de uma vez.
Uma das disciplinas da grade curricular é a de Sistemas de Informação Gerencial. É fundamental ter controle do dinheiro que entra e sai para que o gestor possa monitorar para onde vão os recursos que chegaram do poder Executivo (falaremos dele mais tarde). Ele precisa saber também como está o uso dos insumos necessários para desempenhar a função. Isso traz mais profissionalismo e transparência.
Disciplinas como Legislação Trabalhista e Direito Público devem fazer parte do curso, até porque mostram como o Estado funciona e como o gestor deve coordenar sua equipe de trabalho. Aulas de Licitação mostram como o governo deve contratar serviços ou comprar materiais. A matéria de Auditoria no Setor Público traz conhecimentos sobre como esse processo é importante para manter a lisura do trabalho público. Matemática Financeira ajuda a elaborar os cálculos e sobre como se deve investir os recursos públicos. Já a disciplina de Contabilidade Pública ensina como fazer o fluxo do dinheiro que entra e sai dos cofres estatais.
Mercado de trabalho em Gestão Pública
O dinheiro que chega para as secretarias ou ministérios do setor público não aparece do nada. Antes de ser destinado a cada um desses setores, ele é previsto no orçamento do ano anterior. O poder Executivo formula o orçamento do ano seguinte. Faz isso baseado nos gastos do ano corrente, além de cálculos sobre o quanto terá à disposição para investir e pagar no ano seguinte.
Isso acontece em qualquer empresa e até com nosso próprio dinheiro. Devemos saber o quanto temos para poder gastar, e com o governo não é diferente. Uma vez que o poder Executivo (que são os prefeitos, governadores e presidente da República) determina o quanto será gasto em cada uma das áreas, essa proposta deve ser encaminhada ao Legislativo (vereadores e deputados).
Uma vez que o orçamento é aprovado, cada departamento sabe o quanto vai receber de recursos no ano que vem. É com esse dinheiro que o profissional de Gestão Pública trabalha. Ele recebe esse valor e quanto deve ser investido em cada um dos setores que compõem o seu departamento.
Claro que nem sempre esse planejamento acontece 100% como foi elaborado. Imprevistos podem acontecer, como acidentes, manutenções emergenciais e gastos não previstos. Por outro lado, economias na compra de equipamentos e insumos também podem acontecer. Todo esse trajeto vai sendo relatado ao longo do ano para que, no ano seguinte, se faça um orçamento mais próximo da realidade.
Onde trabalha o profissional de Gestão Pública?
Para ingressar no setor público, é necessário ser aprovado em concurso. Mas há casos em que o profissional pode ser contratado em cargos comissionados (quando são nomeados por deputados, prefeitos, governadores ou presidente).
Veja também: 5 dicas para montar uma rotina de estudos para concurso.
No setor público, o profissional poderá atuar em praticamente qualquer área. O gestor público pode ser assessor parlamentar de vereadores, deputados ou senadores, bem como trabalhar em departamentos dentro do serviço público. Exemplos não faltam. As Assembleias Legislativas precisam de gestores para acompanhar os recursos destinados ao funcionamento das suas estruturas. As secretarias de prefeituras ou governos estaduais também, que vão monitorar o dinheiro que será usado nos seus departamentos.
No governo federal também é muito importante a presença de gestores públicos. Aqui eles trabalham tanto para fazer sua própria estrutura funcionar quanto para destinar recursos a estados e municípios.
Quanto ganha um Gestor Público?
De acordo com o site salario.com.br, o rendimento médio do profissional de Gestão Pública é de R$ 3.832,20. O piso salarial (para quem está começando) é de R$ 3.140,00, e o teto salarial, de R$ 9.976,00. É importante ter em mente que esses valores variam muito de acordo com a cidade e nível de experiência. Variam também dependendo da esfera pública na qual o servidor atua, se é em prefeituras, governos estaduais ou federal. Por isso, esses valores são calculados levando em consideração os funcionários de todo o país.
Os setores que melhor remuneram seus servidores, de acordo com o site, são os de bancos estatais, cuja média salarial é de R$ 7.059,00; consultoria, com R$ 6.007,00; e serviços internos de escritório, com R$ 5.048,00. As cidades com os melhores salários são São Paulo (SP), com R$ 5.305,00; Rio de Janeiro (RJ), com R$ 5.011,00; e Belo Horizonte (MG), com R$ 4.055,00.
Se você quer ingressar na carreira pública e gosta de estar atento aos recursos públicos que entram e saem, o curso de Gestão Pública é uma ótima opção. Além disso, já fique de olho em concursos públicos e comece a estudar para garantir seu lugar!
