Quando nos inscrevemos no vestibular ou escolhemos os cursos através do SISU ou ProUni, vemos o termo “graduação tecnológica”. Aí costuma pintar uma dúvida: o que é graduação tecnológica? Tem a ver com curso técnico?
Apesar dos nomes serem semelhantes, são cursos totalmente diferentes. O curso técnico é de nível médio. O curso tecnológico, de nível superior. Assim, o tecnológico se junta às outras modalidades existentes no Brasil hoje: a licenciatura e o bacharelado. Antes de mais nada, não existe um ranking de qual curso é melhor do que o outro. Cada um deles atende a uma necessidade específica do mercado de trabalho. Vamos entender melhor abaixo.
O que é graduação tecnológica?
A graduação tecnológica, também conhecida como curso tecnólogo, é uma formação prática, que foca em uma determinada área do conhecimento. As grades curriculares desses cursos costumam ser mais enxutas, abordando disciplinas mais específicas e menos teóricas.
Conforme citamos anteriormente, os cursos tecnólogos, as licenciaturas e os bacharelados são tipos de graduações e em todas essas modalidades, o estudante conquista o diploma de ensino superior. A diferença entre essas modalidades está na abordagem acadêmica e no tempo de duração do curso.
A graduação tecnológica é composta pelos cursos superiores mais rápidos que existem, com tempo de duração entre 1 ano e meio e 2 anos e meio. Assim, é possível acelerar sua entrada no mercado de trabalho ou até mesmo conseguir uma promoção de cargo.
A história da graduação tecnológica
Falamos muito da graduação tecnológica como se tivesse surgido há poucos anos, mas não é verdade. Ainda em 1969, um decreto do governo federal instituiu os cursos superiores de curta duração.
“As Escolas Técnicas Federais mantidas pelo Ministério da Educação e Cultura poderão ser autorizadas a organizar e manter cursos de curta duração, destinados a proporcionar formação profissional básica de nível superior e correspondentes às necessidades e características dos mercados de trabalho regional e nacional”
Ou seja, já se pensava em alguma forma de habilitação superior com cursos mais curtos. Foi apenas em 1973 que outra norma deu o nome que conhecemos hoje, o curso superior de tecnologia (CST). Embora o número de alunos que frequentavam esses cursos aumentassem ano após ano, os cursos se tornaram mais conhecidos a partir do final dos anos 1990. E já existia, desde o começo, a abordagem de ser um curso com foco voltado ao mercado de trabalho, em uma área específica do conhecimento.
A ideia de um curso tecnólogo foi justamente o de preencher uma lacuna que, naquela época, já existia: a carência de profissionais de nível superior. Como o mercado de trabalho precisa de especialistas em determinadas áreas, os cursos tecnológicos apareceram com uma proposta inovadora. Assim, os graduados nessa modalidade estão habilitados a desempenhar essas atividades específicas, e com uma graduação em menor tempo.
O curso tecnólogo tem relação só com a tecnologia?
Sim e não, depende do ponto de vista. Se pensarmos que esses cursos são mais práticos e preparam o profissional para ocupar cargos e realizar trabalhos específicos, a resposta é não. Embora os profissionais trabalhem com novas tecnologias para desempenhar bem sua função, eles não lidam diretamente com o mercado de trabalho de tecnologia.
Por outro lado, sim, existem muitos cursos tecnólogos com formações bem específicas para a área de Tecnologia da Informação. Assim, as formações em Redes de Computadores, Cibersegurança, Sistemas de Internet, Desenvolvedor de Software, têm a ver com tecnologia. Eles trabalham diretamente com algoritmos e linguagens de programação.
Como se formar em um curso tecnólogo?
Todo mundo que concluiu o ensino médio poderá fazer o vestibular ou o ENEM para ingressar em um curso tecnólogo. Até quem já fez algum outro curso superior pode fazer também. É importante verificar se a instituição de nível superior é reconhecida pelo MEC, o que garante a qualidade do curso e a validade do diploma.
As aulas da graduação tecnológica são, na sua maioria, a distância (EAD), mas há também os cursos presenciais. Os cursos EAD têm mensalidades mais acessíveis, e a vantagem de se poder fazer as aulas de qualquer lugar a qualquer hora. Já os cursos presenciais têm a vantagem de manter o contato físico com os professores e colegas de sala. Mas são um pouco mais caros e nem todos os alunos possuem tempo para se deslocar até a instituição de ensino para as aulas.
Veja também: Quais são as diferenças entre Faculdade EAD x Presencial?
Diferentemente do que se imagina, tanto a graduação presencial quanto a distância têm a mesma qualidade. Essa é uma exigência do MEC, para levar o ensino superior a mais pessoas. E a ideia do EAD é essa mesma: a de tornar o ensino superior mais acessível a todos.
Um tecnólogo poderá fazer concurso público?
Por se tratar de um curso de nível superior, será possível, sim. Contudo, é bom olhar o edital do concurso com calma. Há certames em que são exigidas formações específicas. Assim, se no edital aparece a instrução de que os candidatos devem ser formados em Arquitetura, o diploma de Design de Interiores não será aceito.
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Outro detalhe importante é o registro profissional de algumas categorias. O concurso público pode exigir o registro para que o profissional possa atuar. Assim, ao terminar seu curso superior, dê entrada no pedido de registro com o diploma. De resto, os cursos tecnólogos são uma ótima porta de entrada para o mercado profissional. São cursos mais curtos, que vão habilitar o graduando em menos tempo para, dessa forma, o mesmo poder ingressar no mercado de trabalho!