Podemos dizer que há duas semelhanças entre os cursos de Relações Internacionais e Comércio Exterior. A primeira é que são graduações, e a outra, que lidam com assuntos de outros países. Enquanto a área de Relações internacionais atua mais na parte diplomática da relação entre governos e empresas de diferentes países, a área de Comércio Exterior trata da parte dos negócios feitos entre nações diferentes.
Ambas as áreas podem perfeitamente trabalhar em conjunto em empresas e governos, pois suas atuações se complementam. Por fim, ter conhecimento de um segundo idioma é essencial, visto que estamos lidando com negócios de países diferentes. Vamos conhecer essas áreas com mais profundidade a seguir.
O que são Relações Internacionais?
Relações Internacionais podem ser definidas como relacionamentos de caráter econômico, político, social, cultural, jurídico e militar entre diferentes povos e nações. Essas relações são estabelecidas e mediadas por um profissional, o Internacionalista, que pode representar uma empresa ou um governo.
Para atuar na área, é necessário se inscrever em um curso superior de Relações Internacionais. A formação é oferecida na modalidade de bacharelado e tem entre três e quatro anos de duração.
Atuação na área pública e privada
Na área privada, o especialista em Relações Internacionais pode trabalhar em bancos, agências de câmbio, instituições financeiras, empresas e seguradoras internacionais. Ele terá habilidade para entrar em contato com os representantes de outros países para fechar um contrato ou resolver conflitos.
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Organizações internacionais também podem ser uma boa possibilidade de atuação. Organizações como World Wild Found for Nature (WWF), que defende o meio ambiente, a Organização das Nações Unidas (ONU), que promove a cooperação internacional, e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que trabalha com recuperação de outros países, são alguns exemplos.
Dentro da esfera pública, o especialista em Relações Internacionais pode atuar no mundo diplomático, trabalhando nas embaixadas ou dentro do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Para isso, é necessário ser aprovado na prova do Instituto Rio Branco, que é o que forma diplomatas brasileiros. Mas há outros campos de atuação, como ministérios, secretarias estaduais e municipais, e consulados. Sempre que houver algum contato com outros países, o profissional estará lá.
O que é Comércio Exterior?
O Comércio Exterior pode ser definido como a prática de compra e venda de bens e serviços entre países. Essas transações são mediadas pelo profissional de importações e exportações, formado no curso superior de Comércio Exterior.
O curso é oferecido na modalidade tecnológica (CST) e tem entre um ano e meio e dois anos e meio de duração. Por mais que seja mais curto do que a formação de Relações Internacionais, não significa que o curso é inferior. A graduação em Comércio Exterior é mais focada nos aspectos comerciais e conta com disciplinas mais práticas. Entre essas, temos Matemática Financeira, Gestão de Projetos e de Pessoas e Logística na grade curricular.
Duas matérias merecem mais atenção, até porque lidam com o dia a dia do profissional. Uma delas é sobre o Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Este é um sistema pelo qual o governo brasileiro consegue controlar os processos de comércio com outros países, tanto na compra quanto na venda. Integra todos os procedimentos de documentação específicos para este mercado.
Outra disciplina é a Legislação Aduaneira, que traz as leis que normatizam a entrada ou saída de produtos do território nacional. O aluno vai aprender como lidar, por exemplo, com a movimentação nos portos e aeroportos das cargas, onde devem ser colocadas, e os locais que permitem a circulação de pessoas.
Atuação na área pública e privada
O campo de trabalho é parecido com o do profissional de Relações Internacionais, mas em outros setores. Na área privada, o profissional do Comércio Exterior atua diretamente na parte de negociação financeira de bancos e instituições financeiras, bem como em agências de câmbio. Em empresas com negócios em outros países, a responsabilidade é semelhante.
No setor público, o especialista pode trabalhar no setor de Comércio Exterior dos governos federal, estadual e municipal. Como a sua formação é mais voltada para administração, tudo o que tem a ver com a área de gestão é relacionado com o profissional de Comércio Exterior.
Profissional de Relações Internacionais e Comércio Exterior
Para Relações Internacionais e Comércio Exterior, é fundamental ter o conhecimento em um segundo idioma. É por meio do domínio de uma língua estrangeira que os profissionais conseguem se comunicar com os outros países. Assim, reuniões, e-mails, leituras de documentos, manuais de instruções, por exemplo, podem ser feitas em outras línguas.
Além do inglês, que é a língua internacional mais popular no mundo, há outra que está chamando a atenção, o mandarim. O mandarim é a língua falada na China, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil. É de onde vêm muitos produtos manufaturados e insumos para a indústria. O Brasil também exporta muitas das suas commodities (bens cujo valor é cotado pelo mercado internacional, como soja, café, milho, por exemplo) para lá. Assim, caso você já pense em uma vantagem profissional para atuar nesse mercado, o curso de mandarim é uma boa opção.
Acompanhar a política e economia internacional também é essencial. Ajuda muito conhecer o relacionamento entre os países, os que estão em conflito, os motivos e a história. Da mesma forma, saber quais produtos os países importam ou exportam mais é importante para que o profissional saiba como lidar com essas variantes.
A cultura internacional é outro destaque. Afinal, estamos falando de diferentes costumes e religiões. Saber respeitar as diferenças são pontos fundamentais na carreira dos profissionais de Relações Internacionais e Comércio Exterior.