Saiba tudo sobre a faculdade de ciências políticas

A política sempre fez parte da humanidade e, ao contrário do que muitos pensam, assim como futebol e religião, deve ser discutida sim. Esta é uma área de muito interesse para quem quer saber como funciona os mecanismos que regem a sociedade civil e o poder, mas exige muito estudo. Então, se você quer saber tudo sobre a faculdade de ciências políticas, veio ao lugar certo!

Mais do que uma formação teórica, o curso capacita os alunos para analisar, criticar e influenciar o cenário político, seja em âmbito local, nacional ou internacional. Os cientistas políticos são essenciais para a sociedade e podem atuar em setores como consultoria política, assessoria em gabinetes, jornalistas, análise de políticas públicas e pesquisa acadêmica.

Neste artigo, vamos mostrar como a graduação é vista no mercado de trabalho, quais são as principais áreas de atuação e quais habilidades são mais valorizadas pelos empregadores. Se você está considerando essa carreira ou simplesmente tem curiosidade sobre o tema, continue lendo para descobrir mais sobre as possibilidades!

Como é a graduação de ciências políticas?

A graduação em ciências políticas é um curso que forma profissionais capacitados a analisar, interpretar e atuar no cenário político de diferentes esferas. Este campo de estudo abrange desde as teorias clássicas sobre política e poder até questões contemporâneas, como globalização e direitos humanos. É uma área de relevância, especialmente no contexto atual, onde a compreensão dos processos políticos é essencial para as políticas públicas.

O curso geralmente tem duração de quatro anos e está dividido em períodos semestrais. Durante esse tempo, os alunos são expostos a disciplinas teóricas e práticas. Entre as principais disciplinas, podemos trazer:

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A faculdade de Ciências Políticas estuda sistemas de governo. Fonte: Shutterstock.

Teoria política

Aborda as principais correntes de pensamento político ao longo da história, desde filósofos clássicos como Platão e Aristóteles, até autores contemporâneos como Hannah Arendt, Max Weber, John Locke, Karl Marx, Nicolau Maquiavel, Jean-Jacques Rousseau, Alexis de Tocqueville, entre outros. 

Sociologia

Estuda a sociedade e suas estruturas, relacionando esses aspectos com o desenvolvimento político e a formação de sistemas de poder.

Economia política

Disciplina que explora a interseção entre política e economia, com enfoque em como as decisões econômicas afetam as sociedades e os governos. 

Direito Constitucional

Oferece uma compreensão das bases legais que sustentam os sistemas políticos, especialmente no que diz respeito aos direitos e deveres dos cidadãos.

Relações Internacionais

Estuda as dinâmicas entre nações, abordando temas como diplomacia, conflitos internacionais, comércio exterior e globalização.

Além das aulas teóricas, muitos cursos também incluem estágios obrigatórios e a elaboração de uma monografia ou trabalho de conclusão de curso (TCC). Essas atividades têm como objetivo consolidar o aprendizado, permitindo que os alunos apliquem os conhecimentos adquiridos em contextos práticos.

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Explora relações de poder em sociedades. Fonte: Shutterstock,.

Quais os tipos de graduação em ciências políticas?

A graduação pode variar conforme a instituição de ensino e o foco do curso. Em geral, os tipos mais comuns são o bacharelado e a licenciatura, além de outras possibilidades como cursos tecnológicos e duplas titulações. Cada uma dessas modalidades tem suas particularidades, sendo direcionada a perfis e objetivos profissionais distintos.

Bacharelado em Ciências Políticas

É o tipo mais tradicional de graduação e tem como objetivo formar profissionais com uma visão abrangente sobre os fenômenos políticos, sociais e econômicos. Durante o curso, o estudante adquire uma base teórica sólida, abordando temas como teoria política, sociologia, economia política, direito constitucional e relações internacionais.

Depois de, em média, quatro anos de estudo, o aluno está habilitado a trabalhar em diversas áreas, como assessoria política, consultoria, pesquisa acadêmica, organismos internacionais, entre outros. Aliás, falando em pesquisa, ele pode atuar ou fazer parte da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), entidade que reúne acadêmicos – pesquisadores, professores e estudantes – e profissionais da área de Ciência Política e outras correlatas no Brasil.

Enfim, é uma formação voltada para quem deseja atuar diretamente no mercado de trabalho, exercendo funções estratégicas e analíticas em instituições públicas, privadas ou do terceiro setor.

A versatilidade do Bacharelado permite que o graduado trabalhe tanto no setor público quanto no privado. No setor público, há oportunidades em órgãos governamentais, ministérios e prefeituras, enquanto no setor privado, é possível atuar em empresas de consultoria, análise de riscos e lobby. Além disso, o bacharel pode trabalhar em organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a International Political Science Association (IPSA) ou a OEA, em posições que demandam conhecimento sobre geopolítica, democracia e governança global.

Licenciatura

Ela é menos comum que o bacharelado quando falamos de ciências políticas, mas algumas universidades oferecem essa modalidade. Ela é voltada para quem deseja seguir a carreira de professor no ensino médio, lecionando disciplinas como sociologia, filosofia e temas relacionados à cidadania e política.

Além das disciplinas teóricas próprias, o estudante da licenciatura também cursa matérias pedagógicas, que preparam o futuro professor para o ambiente de sala de aula. Ao final do curso, o aluno está apto a ministrar aulas e a contribuir para a formação de novos cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.

Graduação tecnológica

Esta é uma opção menos extensa, com duração de dois a três anos, e foca em formar profissionais para o mercado de trabalho com conhecimentos mais práticos e aplicados. Na área de ciências políticas, o estudante terá cursos como Gestão Pública ou Relações Governamentais, que podem ter um enfoque tecnológico, sendo ideais para quem deseja uma inserção rápida no mercado.

Diferente do bacharelado, que foca mais nas teorias e análises profundas sobre o poder e as instituições, o tecnólogo prioriza o desenvolvimento de habilidades práticas para atuar em áreas específicas. Disciplinas como Políticas Públicas, Administração Pública, Finanças Governamentais e Marketing Político estão presentes na grade curricular.  Isso prepara o estudante para trabalhar diretamente na gestão e implementação de projetos governamentais, campanhas políticas e análise de políticas públicas.

Dupla titulação

Algumas universidades oferecem este programa, onde o estudante pode se graduar em Ciência Política juntamente com outro curso, como Direito, Sociologia ou Relações Internacionais. Essa combinação amplia as oportunidades de carreira, oferecendo uma formação multidisciplinar que é altamente valorizada no mercado.

Cada uma dessas modalidades de graduação em Ciências Políticas oferece caminhos específicos para quem deseja se especializar no estudo do poder e das relações políticas.

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Desenvolve análises sobre políticas públicas. Fonte: Shutterstock.

A faculdade de ciências políticas é boa?

É uma opção de graduação que pode ser muito enriquecedora, dependendo dos interesses e objetivos profissionais do aluno. Essa área de estudo é para quem deseja compreender o funcionamento das instituições políticas, a dinâmica do poder e a interação entre as diferentes esferas do governo e da sociedade. Mas será que é uma boa escolha para todos?

O principal atrativo da faculdade é a possibilidade de adquirir um conhecimento profundo sobre os sistemas políticos, as instituições governamentais e os processos eleitorais. Você saberia dizer, sem dúvidas, como funciona o sistema eleitoral do Brasil ou dos Estados Unidos? Qual a função do poder Executivo, Legislativo e Judiciário?

Pois é, o curso oferece uma visão abrangente sobre como as decisões políticas são tomadas, analisadas e implementadas, proporcionando uma base sólida para quem deseja atuar ou se especializar na área.

Por isso que uma formação em ciências políticas abre portas para várias carreiras. Os graduados podem trabalhar em setores diversos, como assessoria política, consultoria, pesquisa acadêmica, órgãos governamentais, ONGs e organismos internacionais. Essa versatilidade permite que o profissional encontre uma área de atuação que mais se alinhe com suas habilidades e interesses.

A graduação prepara os alunos para entender e influenciar o processo de tomada de decisões políticas. Se você tem interesse em contribuir para a formulação de políticas públicas, promover mudanças sociais ou atuar em campanhas eleitorais, o curso oferece as ferramentas e o conhecimento necessários para essas atividades.

Mas quais os desafios?

O mercado de trabalho para cientistas políticos pode ser competitivo. Algumas áreas, como consultoria política e análise de políticas públicas, podem exigir experiência prática significativa e, muitas vezes, uma pós-graduação para alcançar posições mais elevadas.

Além disso, a faculdade pode ter um enfoque bastante acadêmico e teórico. Isso pode ser um ponto positivo para quem gosta de estudar teorias políticas e análises profundas, mas pode ser desafiador para quem prefere uma abordagem mais prática e que leve ao mercado de trabalho.

Enfim, a escolha de fazer uma faculdade nesta área deve ser alinhada com interesses genuínos na política. O curso exige dedicação e um interesse contínuo por questões políticas e sociais. Se o aluno tem paixão por esses temas, do cenário político como um todo, a graduação pode ser extremamente gratificante e útil.

A faculdade ciências políticas é aprovado no MEC?

A graduação é aprovada pelo Ministério da Educação (MEC) no Brasil, que é o órgão responsável pela regulamentação e supervisão dos cursos superiores em todo o país. Assim, o ministério assegura que as instituições de ensino cumpram os padrões de qualidade estabelecidos para garantir uma formação adequada aos alunos.

Antes de uma faculdade ou universidade iniciar um curso de ciências políticas, ela deve obter autorização e reconhecimento do MEC. Esse processo envolve a avaliação do projeto pedagógico do curso, a infraestrutura da instituição, a qualificação do corpo docente e outros aspectos para garantir a qualidade do ensino. Uma vez aprovado, o curso passa a ser reconhecido e os diplomas emitidos têm validade em todo o território nacional.

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Foca em temas como democracia e autoritarismo. Fonte: Shutterstock.

Mas além desta autorização, o MEC realiza periodicamente avaliações e visitas às instituições de ensino. O objetivo é garantir que os cursos oferecidos estejam em conformidade com as normas e diretrizes estabelecidas. Esses processos de avaliação consideram aspectos como a qualidade das aulas, a infraestrutura, os recursos didáticos e a formação dos professores. Instituições que não atendem aos requisitos podem receber recomendações para melhorias ou, em casos extremos, ter seus cursos descredenciados.

Por isso que a aprovação do MEC é crucial para garantir que o diploma de Ciências Políticas tenha validade e seja aceito no mercado de trabalho. Além disso, a acreditação pelo Ministério da Educação assegura que o curso esteja alinhado com as diretrizes educacionais e os padrões de qualidade necessários para  formação acadêmica.

Como verificar a validade?

Para verificar se um curso é aprovado pelo MEC, você pode consultar o site do Ministério da Educação, que disponibiliza informações sobre a situação de autorização e reconhecimento dos cursos de diversas instituições. Também é possível verificar essas informações diretamente com a instituição de ensino de interesse, que deve fornecer detalhes sobre a aprovação do curso e a validade do diploma.

Como é a aprovação de ciências políticas no mercado?

Tirando a questão da qualidade da formação oferecida pelas instituições de ensino, o curso tem uma ótima aceitação no mercado. Em época de eleição, por exemplo, o cientista político é muito requisitado para diversas funções.

O mercado valoriza competências práticas além da formação teórica. Habilidades como análise política, planejamento estratégico, comunicação eficaz e capacidade de pesquisa são altamente apreciadas. Estágios, experiências práticas e projetos de conclusão de curso que envolvem questões reais podem aumentar a chance de emprego dos graduados e sua aceitação no mercado.

O mercado de trabalho é influenciado por fatores como o cenário político e econômico, mudanças nas políticas públicas e a demanda por análise política e consultoria. Profissionais com conhecimentos em áreas específicas — como políticas públicas, direitos humanos, relações internacionais ou marketing político — podem encontrar mais oportunidades dependendo das necessidades do mercado. Os graduados em ciências políticas podem atuar em diversos setores, incluindo:

  • assessorias parlamentares;
  • ministérios;
  • agências reguladoras;
  • empresas de consultoria;
  • análise de políticas;
  • marketing político e estratégia;
  • pesquisa e projetos de desenvolvimento social;
  • instituições de ensino e centros de pesquisa.

O mercado pode ser competitivo, ainda mais para posições mais altas ou especializadas. A obtenção de uma pós-graduação, como um mestrado ou doutorado, sempre será um diferencial importante para avançar na carreira e acessar posições de liderança ou pesquisa. Além disso, o networking e a experiência prática são fundamentais para aumentar as chances de sucesso na carreira.

Cientistas políticos geralmente são bem reconhecidos por sua capacidade de compreender e analisar complexos sistemas políticos e sociais. A formação acadêmica sólida, aliada a habilidades práticas e a experiência de trabalho, contribui para o reconhecimento e a valorização no mercado.

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Estuda a formação e influência de partidos políticos. Fonte: Shutterstock.

Qual o perfil ideal de aluno para o curso?

Ele é voltado para estudantes com interesses específicos e habilidades que são essenciais para o sucesso na área. O perfil ideal de aluno vai além de uma simples curiosidade sobre política, envolve aptidões que o capacitam a lidar com as complexidades da vida política. Se você está considerando ingressar nessa graduação, vale a pena entender se o seu perfil se alinha ao que o curso demanda.

Interesse por política e sociedade

O ponto de partida para qualquer aluno de Ciências Políticas é um interesse genuíno por temas políticos, sociais e econômicos. A política não se resume apenas a partidos, eleições ou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas abrange questões complexas como a distribuição de poder, políticas públicas e a interação entre diferentes grupos sociais. O aluno deve ter curiosidade por entender como as decisões políticas impactam a sociedade e, mais do que isso, tem o desejo de estudar a fundo as instituições.

Habilidade de análise crítica

Se você é aquela pessoa que aceita a primeira opinião, sem analisar, talvez este não seja seu curso. Isso porque outro aspecto fundamental é a capacidade de análise crítica. Os estudantes precisam ser capazes de analisar fatos e informações de maneira objetiva, questionando fontes e formulando suas próprias interpretações. Tudo baseado em dados e argumentos sólidos. Isso envolve interpretar discursos políticos, analisar políticas públicas e compreender contextos históricos que afetam o cenário atual.

Gostar de leitura e escrita

Grande parte do curso envolve leitura de textos teóricos, artigos acadêmicos, relatórios e estudos de caso. Portanto, gostar de ler é uma característica essencial para o estudante de Ciências Políticas. Além disso, é preciso ter uma boa capacidade de expressão escrita, já que muitas disciplinas exigem a elaboração de ensaios, relatórios e trabalhos de pesquisa. O aluno ideal é aquele que consegue estruturar argumentos de forma clara e coesa, tanto oralmente quanto por escrito.

Além disso, é essencial o aluno saber se expressar e gostar de se comunicar, seja em um diálogo restrito ou em um discurso. Por mais que o estudante não se torne um candidato ou um político no futuro, estar características trarão maior notoriedade.

Interesse em soluções para problemas sociais

O cientista político também se preocupa em encontrar soluções para problemas que afetam a sociedade. O aluno ideal tem um forte senso de justiça social e está interessado em temas como desigualdade, direitos humanos, sustentabilidade e democracia. O desejo de atuar na construção de um futuro mais justo e equilibrado é um motivador importante para quem opta por essa graduação.

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Aborda teorias políticas clássicas e contemporâneas. Fonte: Shutterstock.

Capacidade de trabalho em equipe

Por fim, Ciências Políticas é uma área que envolve a colaboração entre diferentes setores da sociedade, como governo, ONGs, empresas e a academia. Ou até mesmo dentro da equipe, já que não se faz política sozinho, o cientista precisará lidar com o seu time. O perfil ideal do aluno inclui a habilidade de trabalhar em equipe, ouvir diferentes pontos de vista e construir consensos.

Como é a personalidade do aluno da área?

Esses estudantes, em geral, demonstram forte senso de curiosidade intelectual, disposição para questionamentos e paixão por entender como as estruturas de poder afetam as pessoas.

Uma das principais marcas da personalidade do estudante de Ciências Políticas é a curiosidade. Esses alunos estão sempre em busca de novas informações e perspectivas, procurando entender os diferentes aspectos do mundo político, social e econômico. Eles se interessam por como decisões políticas influenciam a vida em sociedade, e essa curiosidade os motiva a se aprofundarem em temas que outros podem achar complicados ou enfadonhos.

Além da curiosidade, o aluno tem uma mente crítica e questionadora. Ele não se contenta com respostas fáceis ou superficiais, buscando entender as raízes dos problemas e as consequências de decisões políticas. Essa característica faz com que ele esteja sempre atento às mudanças no cenário político e seja capaz de debater com profundidade sobre diversos temas.

Outro traço comum é o engajamento social, geralmente se interessando por questões de justiça, igualdade e direitos humanos. Ele tem uma forte inclinação para compreender os problemas sociais e busca encontrar maneiras de promover mudanças positivas na sociedade. Esse senso de responsabilidade social é uma motivação constante para o seu desenvolvimento acadêmico.

Como é a rotina de estudos para quem estuda ciências políticas?

Estudar esta área exige do aluno dedicação tanto para atividades teóricas quanto práticas. O curso abrange vários temas, desde teorias políticas e filosofia até a análise de políticas públicas, economia e relações internacionais. Então, tudo isso requer um cronograma organizado e equilibrado.

Grande parte do dia a dia do estudante envolve a leitura de obras teóricas, artigos acadêmicos e relatórios sobre diversos temas. Esses textos fornecem as bases conceituais para entender as dinâmicas políticas e sociais. O aluno precisa desenvolver a habilidade de ler criticamente, extraindo argumentos, identificando contradições e formulando suas próprias análises. Portanto, reservar várias horas por semana para leituras aprofundadas é essencial.

Além de leitura de obras teóricas, é interessante o aluno ler notícias atuais, do cenário político brasileiro, internacional ou até mesmo da sua cidade. Isso ajuda a criar uma base de conhecimento do que acontece atualmente. Aliás, um dos assuntos do momento é o poder do STF em algumas decisões. 

O cientista político tem o poder e autonomia para analisar o caso, como fez Paulo Kramer, em entrevista para O Globo: “Gradativamente, a opinião pública foi se conscientizando de que o Poder Judiciário, principalmente o STF, está há muito tempo exorbitando do seu papel constitucional. Ele precisa voltar ao seu quadrado, para que os Poderes sejam efetivamente independentes, porém funcionem de forma harmônica”, afirmou.

As aulas também incluem debates e discussões em grupo. Essas atividades são fundamentais para que os alunos exponham suas ideias, confrontem diferentes pontos de vista e pratiquem a argumentação. A capacidade de participar ativamente dessas discussões é crucial, pois a troca de opiniões enriquece o aprendizado e desenvolve habilidades de comunicação e persuasão.

A escrita também ocupa uma parte significativa da rotina de estudos. Os alunos precisam produzir ensaios, relatórios e pesquisas sobre os mais variados temas. Esses trabalhos exigem pesquisa detalhada e a capacidade de organizar ideias de forma clara e coesa. A elaboração desses textos faz parte da avaliação do curso e contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico.

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Promove o debate sobre justiça social e direitos humanos. Fonte: Shutterstock.

Quais as modalidades de estudo?

Os cursos de graduação podem ser oferecidos em diferentes formatos, como presencial, semipresencial e a distância (EAD). Cada uma dessas modalidades apresenta vantagens e desafios específicos, permitindo que os estudantes escolham aquela que melhor se adapta às suas rotinas e estilos de aprendizagem.

Modalidade presencial

É a forma mais tradicional de ensino, em que o aluno frequenta aulas em uma instituição de ensino superior. Essa modalidade é ideal para estudantes que preferem uma interação direta com os professores e colegas, além de um acompanhamento mais próximo de seu desempenho. Nas aulas presenciais, os debates são mais frequentes, e as trocas de ideias ocorrem de forma imediata, o que pode enriquecer a experiência de aprendizagem, com o contato humano.

A principal vantagem dessa modalidade é a imersão total no ambiente acadêmico, o que facilita o acesso à infraestrutura da instituição, como bibliotecas, laboratórios e eventos acadêmicos. No entanto, essa opção exige que o aluno tenha disponibilidade para estar fisicamente presente nos horários das aulas, o que pode ser desafiador para quem possui outras responsabilidades, como trabalho.

Modalidade a Distância (EAD)

A educação a distância é uma modalidade cada vez mais popular, especialmente para cursos como Ciências Políticas, que têm um grande foco teórico e podem ser estudados de forma autônoma. No EAD, as aulas e os materiais são disponibilizados em plataformas digitais, permitindo que o aluno tenha maior flexibilidade de horário e estude de acordo com seu ritmo.

Essa modalidade é ideal para quem busca conciliar os estudos com outras atividades, como trabalho ou projetos pessoais. Além disso, o EAD possibilita o acesso ao ensino superior a estudantes que moram em regiões distantes dos grandes centros urbanos, ampliando as oportunidades de formação. No entanto, o estudante a distância precisa ser bastante disciplinado e organizado, pois a autonomia exigida pode ser um desafio para quem não tem uma boa gestão de tempo.

Modalidade Semipresencial

Ela combina aspectos do ensino presencial e a distância, sendo uma opção intermediária entre as duas. Nesse formato, o aluno assiste a parte das aulas de forma online, mas deve comparecer à instituição de ensino em momentos específicos, como para avaliações, seminários ou encontros práticos.

Essa modalidade oferece flexibilidade sem abrir mão do contato direto com professores e colegas. Isso pode ser uma vantagem para quem busca autonomia, mas ainda deseja manter um certo nível de interação presencial. A modalidade semipresencial é ideal para alunos que buscam um equilíbrio entre flexibilidade e acompanhamento presencial.

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Desenvolve habilidades de análise crítica. Fonte: Shutterstock.

Qual a duração e as matérias do curso?

O curso tem duração média de quatro a cinco anos, dependendo da instituição e da carga horária. Cada semestre oferece disciplinas que gradualmente ampliam o conhecimento sobre a política, sociedade, economia e outros temas fundamentais.

Confira a seguir as principais matérias do curso do primeiro até o décimo semestre, considerando uma formação de cinco anos.

1º semestre

O aluno é introduzido aos fundamentos da ciência política e da sociologia. Disciplinas como Introdução à Ciência Política e Teoria do Estado oferecem uma base teórica para a compreensão dos conceitos fundamentais. Além disso, matérias como Metodologia Científica ajudam o estudante a desenvolver habilidades de pesquisa, e História das Ideias Políticas começa a explorar o pensamento político ao longo do tempo. Esse início é essencial para que o aluno entenda a dinâmica entre sociedade e política.

2º semestre

O foco agora passa para o aprofundamento das teorias e conceitos estudados anteriormente. Disciplinas como Teorias da Democracia e Sociologia Política ampliam a compreensão das relações entre poder, sociedade e instituições políticas. O aluno também começa a explorar Economia Política, o que permite um entendimento mais amplo sobre as interações entre política e economia. A Filosofia Política também é introduzida, trazendo uma abordagem filosófica para questões políticas.

3º semestre

O terceiro semestre apresenta uma visão mais detalhada do funcionamento das instituições políticas. Matérias como Sistemas Políticos Comparados e Política Internacional permitem que o aluno compare sistemas de governo e analise as relações que influenciam a política global. Disciplinas de Direito Constitucional introduzem os aspectos legais que regem o funcionamento das democracias e ditaduras. O estudante começa a desenvolver uma visão mais global e comparativa das instituições políticas.

4º semestre

Neste semestre, é comum o aluno estudar Políticas Públicas, aprendendo sobre a formulação, implementação e avaliação de políticas que afetam a sociedade. Também se aprofunda em Teoria das Relações Internacionais, adquirindo uma compreensão sobre como os Estados e as organizações internacionais interagem e a política externa. Disciplinas como Direitos Humanos e Governança começam a preparar o aluno para o impacto social e ético da política, com enfoque em questões de justiça e governança democrática.

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Prepara para trabalhar em ONGs, governos e consultorias. Fonte: Shutterstock.

5º semestre

O quinto semestre introduz disciplinas como Teoria da Burocracia e Administração Pública, que explicam como os governos são administrados e organizados. Partidos e Sistemas Eleitorais oferece uma visão sobre a formação de partidos políticos e seus impactos nas eleições. Além disso, a matéria Análise de Políticas Públicas também é introduzida, preparando os alunos para avaliar e criticar políticas públicas, além de temas como corrupção e ética na política.

6º semestre

Passando o meio do curso, o aluno começa a trabalhar com disciplinas práticas e metodológicas. Métodos de Pesquisa em Ciência Política ensina como coletar e analisar dados políticos, enquanto a Geopolítica aprofunda a análise sobre a influência das relações internacionais. Política Comparada continua a estudar diferentes sistemas políticos, e Movimentos Sociais explora a participação de grupos sociais nas mudanças políticas e sociais. Esse semestre é importante para a formação de habilidades analíticas.

7º semestre

Este semestre foca em tópicos mais específicos como Globalização e Política e Desenvolvimento Político, explorando como a globalização afeta as políticas domésticas e internacionais. Estudos de Caso em Políticas Públicas proporcionam uma análise prática de políticas aplicadas em diferentes contextos. O aluno também é incentivado a iniciar seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), escolhendo um tema relevante e começando a desenvolver sua pesquisa acadêmica.

8º semestre

O estudante se aprofunda em temas como Política Ambiental e Segurança Internacional, áreas de crescente importância no cenário global. Legislação e Política explora o processo legislativo e as interações entre diferentes poderes do Estado, como a relação com o Supremo Tribunal Federal (STF). O TCC continua a ser desenvolvido, com o acompanhamento de orientadores, e os alunos começam a trabalhar em seus Estágios Supervisionados, ganhando experiência prática.

9º semestre

Esta etapa é focada na aplicação prática do conhecimento. Estágio Supervisionado continua sendo uma parte importante da formação, assim como o avanço do TCC. Além disso, disciplinas como Ética e Política e Comunicação Política ajudam a desenvolver uma abordagem ética para questões de poder e a importância da comunicação no cenário político. O aluno trabalha com aspectos mais aplicados, preparando-se para a prática profissional.

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Oferece conhecimento sobre relações internacionais. Fonte: Shutterstock.

10º semestre

No último semestre, o foco está na conclusão do TCC e na finalização do Estágio Supervisionado. O aluno também estuda tópicos avançados em Política Internacional e Políticas Públicas, consolidando o conhecimento adquirido ao longo do curso. Este semestre é voltado à conclusão da formação acadêmica e à preparação para o mercado de trabalho, com discussões sobre as perspectivas profissionais.

Quais as possibilidades de especialização?

Após a graduação, os alunos encontram diversas possibilidades de especialização que podem aprimorar seus conhecimentos. Ao ganhar conhecimento em áreas específicas, ele também vai aumentar suas chances no mercado de trabalho. As especializações podem ser realizadas por meio de cursos de pós-graduação lato sensu (especializações) ou stricto sensu (mestrado e doutorado), dependendo do interesse e das ambições.

Uma das áreas mais procuradas é a de Políticas Públicas, onde os profissionais se especializam na formulação de políticas que visam atender às necessidades sociais. Essa especialização é ideal para quem deseja trabalhar em órgãos governamentais, ONGs ou consultorias que desenvolvem projetos voltados para a melhoria da sociedade.

Outra possibilidade de especialização bem famosa é em Relações Internacionais, voltada para o estudo das interações entre países, organizações internacionais e atores não estatais. O profissional pode atuar em diplomacia, comércio exterior, ou em organizações internacionais, como a ONU e a OMC. Essa área é de grande importância no contexto globalizado, onde as decisões políticas de um país afetam diretamente outros.

Ciência Política Aplicada

Há também a opção de especialização em Ciência Política Aplicada, voltada para a análise de comportamento eleitoral, sistemas políticos e dinâmicas de poder. Esse campo atrai quem se interessa por pesquisas acadêmicas, partidos políticos e institutos de pesquisa.

Governança e Gestão Pública

Esta especialização é voltada para quem deseja trabalhar na administração pública ou em cargos de gestão em organizações do terceiro setor. Esse curso aborda temas como transparência, eficiência e responsabilidade nas ações do governo, e é crucial para cargos em órgãos públicos e agências reguladoras.

Quais as principais áreas para recém-formados?

Quem acabou de se formar encontra um leque diversificado de áreas de atuação, que abrange tanto o setor público quanto o privado, além de organizações internacionais e do terceiro setor. A versatilidade do curso permite que o profissional atue em diferentes campos, de acordo com seus interesses e habilidades desenvolvidas ao longo da graduação.

Uma das principais áreas para recém-formados é o setor público, onde os profissionais podem trabalhar em cargos administrativos, de assessoria política ou em órgãos governamentais. Eles podem atuar na formulação e avaliação de políticas públicas, na gestão de projetos governamentais ou até mesmo em funções de assessoria parlamentar.

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Analisa o impacto de decisões políticas no cotidiano. Fonte: Shutterstock.

Outro campo em crescimento é a consultoria política, onde os recém-formados assessoram partidos políticos, candidatos e empresas em questões relacionadas a campanhas eleitorais, estratégia política e análise de cenários. A consultoria exige habilidades analíticas e de comunicação, além de uma boa compreensão do sistema político e dos processos eleitorais. Esse setor é dinâmico e agitado m períodos de eleições.

Por fim, outra opção são as ONGs e organizações do terceiro setor. Elas são interessantes para recém-formados, especialmente para aqueles com interesse em áreas como direitos humanos, desenvolvimento social, meio ambiente e governança. O trabalho em ONGs permite que o cientista político contribua para causas sociais e tenha impacto direto em comunidades.

É melhor ingressar na faculdade pública ou privada?

Escolher entre uma faculdade pública ou privada para cursar Ciências Políticas depende de diversos fatores, como qualidade de ensino, recursos financeiros, localização e expectativas pessoais. Ambas as opções oferecem vantagens e desafios, e a escolha ideal varia de acordo com o perfil do aluno.

As faculdades públicas são conhecidas pela excelência acadêmica, especialmente nas universidades federais e estaduais. Elas costumam contar com professores altamente qualificados, incluindo muitos doutores e pesquisadores renomados. Além disso, as instituições públicas geralmente possuem uma infraestrutura robusta, com bibliotecas, laboratórios e centros de pesquisa de alta qualidade.

No entanto, é importante destacar que o ingresso em uma faculdade pública costuma ser mais competitivo, com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) sendo a principal porta de entrada. Por outro lado, as faculdades públicas podem enfrentar desafios como falta de recursos financeiros, greves e questões administrativas que podem atrasar a conclusão do curso.

As faculdades privadas, por sua vez, oferecem mais flexibilidade no ingresso, já que, em muitos casos, basta realizar o vestibular da própria instituição ou utilizar a nota do ENEM. Além disso, muitas universidades privadas oferecem bolsas de estudo e financiamentos, como o ProUni ou FIES, que facilitam o acesso ao ensino superior.

A principal vantagem das faculdades privadas é a estrutura moderna e a agilidade administrativa. A escolha entre faculdade pública e privada depende das prioridades do estudante, considerando aspectos como qualidade, custos e infraestrutura.

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Aborda o papel dos cidadãos na política. Fonte: Shutterstock.

Quanto custa a graduação?

O custo de uma graduação em Ciências Políticas varia bastante entre as instituições privadas e depende de fatores como localização, reputação da universidade e a modalidade do curso (presencial ou a distância).

As universidades localizadas em grandes centros urbanos ou com maior renome tendem a ter mensalidades mais altas, enquanto instituições menores ou localizadas em regiões menos desenvolvidas podem oferecer preços mais acessíveis.

Além das mensalidades, é importante considerar outros custos associados à graduação, como materiais didáticos e eventuais taxas acadêmicas.

Tem como conseguir bolsa de estudos em Ciências Políticas?

Há diversas formas de conseguir uma bolsa de estudos para o curso de Ciências Políticas. Uma das opções mais comuns é o Programa Universidade para Todos (ProUni), do governo federal, que oferece bolsas parciais e integrais para estudantes de baixa renda em instituições privadas, com base no desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Uma alternativa também é o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que permite financiar até 100% do valor das mensalidades, com taxas de juros baixas e um prazo longo para o pagamento após a conclusão do curso.

Como entrar no curso?

Ingressar no curso de Ciências Políticas pode ser feito por meio de diferentes processos seletivos, sendo os mais comuns o ENEM, o Sistema de Seleção Unificada (SISU) e os vestibulares. Cada um desses métodos oferece oportunidades únicas, e a escolha pode depender das preferências do estudante e das instituições de interesse. 

Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

O ENEM é uma das portas de entrada mais populares para o ensino superior no Brasil. Ele avalia habilidades e competências dos alunos ao final do Ensino Médio, sendo utilizado como critério de seleção por muitas instituições. As notas do ENEM podem ser utilizadas para se candidatar a vagas em universidades públicas e privadas, além de permitir o acesso a programas de financiamento e bolsas de estudo, como o ProUni.

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Prepara para carreiras em diplomacia e pesquisa. Fonte: Shutterstock.

Sistema de Seleção Unificada (SISU)

O SISU é um sistema que utiliza as notas do ENEM para selecionar candidatos para universidades públicas. Após a divulgação dos resultados do ENEM, os estudantes podem se inscrever no SISU e escolher até duas opções de cursos em diferentes instituições. O sistema classifica os candidatos com base nas notas e nas vagas disponíveis, facilitando o acesso ao curso de Ciências Políticas em universidades de renome.

Vestibular

Algumas universidades privadas e públicas ainda adotam o vestibular como forma de seleção. Esse método pode incluir provas específicas de conhecimentos gerais, redação e, em alguns casos, entrevistas. O vestibular permite que as instituições avaliem não apenas o conhecimento, mas também a capacidade de argumentação e análise crítica dos candidatos.

Qual o salário para formados?

O salário vai variar desde o nível de conhecimento do profissional, se tem mestrado ou especializações, como a experiência em si. Mas, em geral, pode-se esperar um valor médio de R$ 8,4 mil. 

Agora, as áreas com maior valorização podem ser a de consultoria política, ainda mais em grandes empresas ou partidos políticos. Além disso, os cargos para concursos públicos também costumam ter salários atrativos, sem contar os benefícios do cargo.

Um analista político, por exemplo, tem uma média salarial de R$ 6 mil, enquanto um assessor parlamentar pode começar ganhando R$ 7,2 mil em média.

Por que cursar Ciências Políticas na Ampli?

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